sábado, 15 de octubre de 2011

O centro dos estereótipos: Ciudad del Este

Por: Augusto Garcete, Camila Flores, Larissa Segovia e Larisa Sosa

Ciudad del Este pode ser considerada uma das cidades mais dinâmicas e de maior crescimento na região da tríplice fronteira entre Paraguai, Brasil e Argentina. Seu desenvolvimento, desorganizado em principio, vai se transformando em um modelo de crescimento para o Paraguai, derrubando estereótipos formados por imagens de primeiras impressões, e reconstruindo uma cidade de grande porte econômico para o país.


A entrada ao Paraguai pelo este do país, correspondente à famosa Ciudad del Este, vem sendo reformada há um certo tempo graças à atual prefeitura da cidade, que, desde o começo do seu mandato seguiu o objetivo de melhorar o centro da cidade, ícone do comércio, trabalho e progresso, e de grande fonte econômica para os cidadãos da região, sem esquecer que constitui a porta de entrada para muitas pessoas que visitam o país. Sua explosão econômica veio acompanhada por um forte crescimento demográfico, impulsionado pela vinda de imigrantes de diversas etnias.


A grande massa de pessoas que move diariamente a cidade é constituída por turistas, comerciantes e vendedores que, em seu conjunto, denotam o progresso comercial da cidade. Em decorrência do movimento de pessoas carrega consigo a grande poluição sonora e visual, o tráfego, o lixo e a sujeira, sem deixar de lado o tráfico, que, a través do tempo, marcaram as características da cidade, formando assim a fama desta grande propulsora industrial e econômica. Segundo Isabel Ortiz, vendedora ambulante paraguaia, “A cidade veio melhorando notavelmente faz alguns anos; a prefeitura construiu passeios com postos para aqueles camelôs que não tinham um lugar específico para a sua venda, sendo assim mais organizado e de conforto para todos”.

A poluição sonora vem por si só com a grande quantidade de pessoas que frequentam o centro. Os turistas vindos de cidades próximas, como Foz do Iguaçu e Puerto Iguaçu, vão ao centro em seus carros; os que preferem a praticidade e a rapidez para chegar ao seu destino usam moto táxis; ademais dos que frequentam a diário que preferem ir a pé aparecem os transportes alternativos e também os táxis e outros meios que ajudam os turistas de cidades distantes a se deslocar pelos mais inimagináveis caminhos, construindo a característica inevitável do centro, o tráfego. Uma turista argentina, Brenda Garcia, comenta “Os guardas de trânsito deveriam organizar melhor o tráfego na alfândega, já que tem horas que é impossível transitar por ela”.

A maneira mais viável de se deslocar pelo centro é caminhar, já que as ruas são inteiramente dominadas por carros e motos. “Os moto taxistas formam uma onda de perigo na hora de enfrentar as congestionadas e estreitas ruas com uma alta velocidade, pois são milhares de motos que ficam transitando nas ruas”, opina Luciana Nascimento, uma turista brasileira, ao fazer compras na cidade. Em consequência, conseguir lugar para estacionar constitui um grande desafio, que vai de mão dada com o sistema do parquímetro, que consiste em pagar por hora o estacionamento dos carros e motos nos lugares ao redor do centro, tarefa que é levada a cabo por funcionários capacitados, um dos melhores trabalhos feitos atualmente pela prefeitura. Ao falar das motos a imagem do centro se desmorona, pois a prefeitura está descuidando muito das leis que regem este meio de transporte, visto que facilita a locomoção, mas prejudica a organização do trânsito, que cada vez piora, devido à grande oferta de motos e a facilidade que se tem no Paraguai de aceder a duas rodas, com preços que se adaptam a qualquer bolso e com pessoas mal capacitadas para o trabalho de moto taxista.

O conceito estereotipado que as pessoas têm da sujeira e do lixo não corresponde à realidade. O fato de que as lojas fechem as portas cedo, às 15h30, facilita o trabalho de limpeza organizado com empenho pela prefeitura, de forma que, antes de o comércio abrir, Ciudad del Este está muito limpa. “A imagem da cidade à noite muda totalmente. Lá pelas 19h, você consegue ver os funcionários da prefeitura limpando o centro da cidade e ficando assim 360 graus, diferente à da paisagem da manhã”, comenta Carlos Villalba, morador da cidade. Ele destaca também “É uma pena que o turista não conheça o centro em horários noturnos, já que o lixo não vem parar sozinho nas ruas, pois quem o frequenta é quem principalmente faz a tarefa de sujar e jogar lixo”.

A dificuldade de fiscalização e o constante movimento comercial abrem espaço para o tráfico, trabalho fácil mais com muito risco. Rogério da Silva, um brasileiro que trabalha na cidade, comenta “O horário tem sido um fator um tanto curioso, já que o centro costuma fechar ás 15h30 aproximadamente, depois, no resto do dia as pessoas aproveitam este fato para passar às mercadorias de uma forma intensa e perigosa às margens da lei, usando como meio um porto no rio Paraná”. Forma-se assim um grande fantasma da economia, devido aos produtos que atravessam a fronteira sem pagar os impostos devidos nas aduanas, que se prejudicam por este movimento clandestino, sem contar com a corrupção que às vezes apóia às pessoas.

As aduanas de do Paraguai e do Brasil, divididas pela imponente Ponte da Amizade, desempenham um controle muito estrito em certos pontos na documentação de turistas, mas nem sempre quem passa as fronteiras está disposto a cumprir a lei. Assim, não se pode culpar somente as aduanas pelo baixo nível de controle e trabalho, já que, às vezes, a quantidade de pessoas e meios de transporte que circulam no trajeto do dia dificulta bastante o desempenho destas tarefas que, na sua maioria, são deixadas de lado. “É impossível fazer um controle restrito de todas as pessoas que passam pela alfândega, pois a demanda de turistas e pessoas que circulam é muito grande”, comenta Alexandre Rafagnin, morador de Foz do Iguaçu.


Ao longo da história, pessoas de diferentes nacionalidades chegaram à região, atraídas pela forte oportunidade de trabalho e de qualidade de vida; entre as quais destacam-se os chineses, japoneses, árabes, argentinos, brasileiros, e vários outros que constituem minoria, mas que, em seu conjunto, formam a sociedade que interatua constantemente na região. Produzindo e fomentando o desempenho econômico, mediante o comércio e o negócio agropecuário, já que, em uma parte mais adentrada da cidade, encontramos uma das fortes características da região, o solo fértil e os cultivos de soja, milho e trigo, junto à criação de gados.

Desde o novo mandato da prefeitura, o centro vem sendo reformado à medida que a cidade cresce, pois cada vez mais pessoas frequentam e aproveitam estes espaços de acesso social. Uma grande tarefa de restauração nas ruas e áreas comerciais correspondentes aos camelôs está sendo feita, pois esta é uma das melhores maneiras de reformular a imagem das portas a um país que não é conhecido pela verdade, mas sim pela primeira impressão.

Cabe aos cidadãos mudar essas opiniões e preconceitos que foram formados num certo tempo em que a preocupação por manter a imagem não era a principal tarefa mas agora que os meios para a construção de uma cidade melhor estão a disposição, só depende das pessoas do lugar tentar colocar em prática os valores que identificam uma boa convivência e não as idéias sem cultura que destroem os povos,.“A cidade em si é maravilhosa. Em conjunto com os projetos apresentados para a melhora e a restauração de lugares importantes ficara tudo bem preparado para receber cada vez mais pessoas de diversos lugares e países “ comenta Nadia Morínigo, moradora da cidade.

Colocar Ciudad del Este num pedestal mais alto e destruir esses preconceitos é questão de usar a cabeça como morador, visitante ou turista, sempre respeitando o que outras pessoas construíram com o trabalho e o esforço diário, respeito é o valor principal para uma melhor convivência.

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